domingo, 30 de março de 2008
A estupidez da Diferença Social
'O HOMEM TORNA-SE TUDO OU NADA, CONFORME A EDUCAÇÃO QUE RECEBE'
”Fingi ser gari por 8 anos e vivi como um ser invisível”
Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da 'invisibilidade pública'. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social. Plínio Delphino, Diário de São Paulo. O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou oito anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são 'seres invisíveis, sem nome'. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da 'invisibilidade pública', ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa. Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida: 'Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência', explica o pesquisador. O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. 'Professores que me abraçavam nos corredores da USP passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão', diz. No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles.. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café. Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse: 'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar piada, brincar. O que você sentiu na pele, trabalhando como gari? Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado. E depois de oito anos trabalhando como gari? Isso mudou? Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis. Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma idéia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão. E quando você volta para casa, para seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, freqüento a casa deles nas periferias. Mudei.. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador. Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma 'COISA'.
*Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida!
Precisamos ser diferente.
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Humanamente falando este é o máximo que eu acho de Jesus Cristo, ser diferente positivamente. A coragem de Jesus era inusitada. Nos dias de hoje, vivendo num regime democrático, não é fácil ser diferente, agora imagina há 2.000 anos atrás. Não vejo Jesus como um "passivo cordeirinho bonzinho", mas como um guerreiro destemido, enfrentando preconceitos, combatendo as injustiças sociais, se opondo ao sistema religioso hipócrita. Jesus incomodava. Por amor aos necessitados, Ele não se importou com sua integridade física e moral.
Grande adimiração tenho por este Jesus que ninguém consegue imitar. Dizemos que somos cristãos, mas somos covardes, não conseguimos abrir mão de nossos privilégios, para lutar por uma sociedade mais justa.
Humanamente falando este é o máximo que eu acho de Jesus Cristo, ser diferente positivamente. A coragem de Jesus era inusitada. Nos dias de hoje, vivendo num regime democrático, não é fácil ser diferente, agora imagina há 2.000 anos atrás. Não vejo Jesus como um "passivo cordeirinho bonzinho", mas como um guerreiro destemido, enfrentando preconceitos, combatendo as injustiças sociais, se opondo ao sistema religioso hipócrita. Jesus incomodava. Por amor aos necessitados, Ele não se importou com sua integridade física e moral.
Grande adimiração tenho por este Jesus que ninguém consegue imitar. Dizemos que somos cristãos, mas somos covardes, não conseguimos abrir mão de nossos privilégios, para lutar por uma sociedade mais justa.
(autoria Irene Ximenes) Gosoto muito desta canção, ela expressa a verdade de nosso cotidiano, enquanto nos chama a uma mudança.
terça-feira, 25 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
quinta-feira, 20 de março de 2008
Dignidade e Justiça Contra o Racismo
Dia 21 de março é o Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Dos 192 países que compõem a Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 21 não ratificaram a Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, mas isso não impede que os que já assinaram tenham casos de violações aos direitos humanos por racismo.
A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour, chamou os Estados membros que ainda não ratificaram a Convenção a fazê-lo, pois se deve reforçar as leis que protegem os direitos das vítimas de racismo, discriminação e xenofobia. "O racismo é a raiz de muitos conflitos", disse Arbour, que acrescentou ser essa forma de violência o fator que leva ao extremismo e todos os tipos de intolerância.
O tema do Dia contra a Discriminação Racial em 2008 foi "Dignidade e Justiça". Além de ser uma violação que fere a dignidade do ser humano individualmente, as práticas racistas põem em risco a paz e a segurança internacionais. "A discriminação é um obstáculo às relações amigáveis e pacíficas entre as nações", diz a Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
Por isso, a Convenção prega a "necessidade de se eliminar rapidamente todas as formas e todas as manifestações de discriminação racial através do mundo e de assegurar a compreensão e o respeito à dignidade da pessoa humana".
Mesmo condenando especialmente a segregação racial e o apartheid, o preconceito e a discriminação de um grupo em razão de sua raça ou etnia já não são mais as únicas formas da sociedade criar núcleos marginalizados. O homem também discrimina seu igual pelo fato desse ser um migrante, um portador de necessidades especiais ou um portador de HIV.
A Convenção ratificada por quase todos os países membros da Onu lembra que todas as doutrinas de superioridade fundamentadas em diferenças raciais são "cientificamente falsas, moralmente condenáveis, socialmente injustas e perigosas, e que não existe justificativa, onde quer que seja, para a discriminação racial, nem na teoria e tampouco na prática".
Os países que assinaram a Convenção têm o compromisso de não apoiar atos discriminatórios; ao contrário, devem implementar políticas especiais e concretas "para assegurar o desenvolvimento e a proteção de certos grupos raciais ou de indivíduos pertencentes a esses grupos com o propósito de garantir-lhes, em igualdade de condições, o pleno exercício dos direitos humanos".
A Convenção da Onu data do ano de 1963, quando alguns países, como a África do Sul - com o Apartheid - , viviam sob regimes explicitamente racistas. No entanto, décadas depois, os povos indígenas mapuches do Chile e da Argentina, migrantes haitianos na República Dominicana ainda enfrentam, por parte dos estados em que vivem, os mesmos problemas.
Fonte: ADITAL
ORAÇÃO DA MANHÃ
Senhor, no silêncio deste dia que amanhece, venho pedir-te saúde, força, paz e sabedoria. Quero olhar hoje o mundo com olhos cheios de amor, ser paciente, compreensivo, manso e prudente.
Ver, além das aparências, teus filhos como Tu mesmo os vês, e assim não ver senão o bem em cada um. Cerra meus ouvidos a toda calúnia. Guarda minha língua de toda maldade. Que só de bênçãos se encha meu espírito.
Que eu seja tão bondoso e alegre, que todos quantos se achegarem a mim, sintam a tua presença. Senhor, reveste-me de tua beleza. E que, no decurso deste dia, eu te revele a todos.
Amém!
quarta-feira, 19 de março de 2008
Na minha vida, seja feita a sua vontade Senhor.
terça-feira, 18 de março de 2008
continue lutando
Por maior que seja o inimigo, ainda que tão grande seja o perigo, você não está vencido se lutar.
Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o meu coração; e se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança.
O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo?
O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? (Salmo 27 -3,1,2)
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